Crônicas de Educação: Escrever é um sentimento. Por Ronaldo Magella




 O professor português José Pacheco disse, Fundador da Escola da Ponte, no Simpósio Internacional de Educação, realizado no sábado 27 de agosto na cidade de Patos, Sertão da Paraíba, que escreveu dois livros em 15 dias para vivenciar uma raiva, ou, superar uma raiva, ou, de uma raiva que teve.

A escola deveria ensinar que escrever é uma forma de experiência, experiência de afeto, de dor, raiva, mágoa, superação, sim, se escreve para se sentir, ou melhor, para sentir-se, perceber-se.

Escrever é um sentimento. 

No ensino se mata a escrita, todo mundo que conheço tem medo de escrever, foi-nos ensinado a vida toda que escrever era algo mágico, quando na verdade é um trabalho, um trabalho duro, difícil e árduo, trabalho de muita leitura, reflexão e principalmente, coragem. 

Qualquer professor está acostumado a ouvir, não sei fazer redação, não sei escrever, não gosto de escrever, odeio escrever, sim, e dizem a verdade, quando escrever é uma obrigação, uma prova, uma teste, um dever, é chato, é tenso, é ruim, a gente trava, cria um bloqueio, nunca nos foi ensinado que escrever pode ser uma prazer, um sentimento, uma emoção, até diria, uma necessidade.

A escola nos limitou a escrever para alguém que iria nos apontar erros nos fazendo nos sentir menores e incapazes, quando na verdade todos nós temos a habilidade e a competência de escrever, escrita que nasce das nossas experiências, vivências, dos nossos afetos. 

Alunos de escola pública, periférico, sem tantas experiências, como iria escrever sobre as férias escolares no retorno das aulas? O tema não agradável, ora, para tantas crianças pobres das escolas públicas a escola é talvez o único meio social, não tem cinema, praia, clube, jogos, então, entrar de férias era tedioso, melhor, mesmo sendo a escola chata, ficar na escola, mas era o tema do retorno do ano letivo.

A escrita precisa ter vida, pois ela tem uma função social, um papel social, se precisa tornar a escrita um prazer, não uma dor, que se escreva com dor, com raiva, com triste ou alegria, pois que escrever é sentir-se, mas que se escreve com liberdade, de forma livre, por vontade e desejo.

Escrevemos cartas de amor, textão de raiva, tentamos seduzir as pessoas pela escrita, emocionar com a poesia, confortar com uma mensagem, convencer com uma argumentação, logo, escrever é exteriorizar-se, é mostrar-se, pensamentos e sentimentos.

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