Olá
pessoal tudo bem? O artigo dessa semana irá falar novamente de tecnologia, mas
com a adição dos sistemas de gerenciamento de frota da mineração. Já fiz
artigos aqui para o blog falando do mesmo assunto, quem não visitou, nos visitem
link´s http://sobrinhopicui.blogspot.com.br/2016/06/a-eficiencia-do-uso-de-macros-na.html
Dedico
este artigo à empresa Júnior do curso de engenharia de minas da UFCG, a Mineração
e Consultoria Jr, a qual me convidou para palestrar sobre este assunto. E sem
dúvida de errar, esses alunos são o futuro da mineração. Pois bem vamos ao
artigo.
A
tecnologia está sempre em intensa evolução, está inserida em todas as áreas
onde o homem atua. Quando se fala em tecnologia, precisamos entender em qual
momento de sua evolução estamos inseridos para entender que ponto pode ser
melhorado e/ou gerar novos rumos e investimentos.
A
melhor ferramenta de análise é via a curva S. É denominada Curva-S porque quando
os resultados são delineados, o que geralmente aparece é uma linha em forma de
S, alongada para a direita no topo, e para a esquerda na base. Ferramenta de
acompanhamento mais difundida e utilizada no gerenciamento de projeto.
A
curva S também pode representar um momento ao qual apresenta diversas
possibilidades de inovação, ou seja, início e fim de um ciclo, conforme mostra
a imagem abaixo:
Dessa
forma identifica e diagnostica a evolução e as novas possibilidades.
Exemplificando
melhor vamos verificar a curva – S da evolução dos computadores:
Nota-se
que em 1946 os computadores eram extremamente grandes e pesados, que sua
principal evolução até o final da década de 50 foi a redução do seu tamanho e
aumento de processamento. A década de 60 foi marcada pela inserção do microchip
e aumento de velocidade e capacidade, a partir daí a curva começou a crescer,
onde o computador começou a se popularizar nas instituições de ensino ao redor
do mundo onde o principal marco na década de 80 foi o Macintosh, onde estes
computadores se tornaram comerciais e o público em geral poderia adquirir,
gerando assim a denominação de PC – Personal Computer ou computador pessoal,
assim a curva dessa evolução começou a estagnar onde evoluiu rapidamente para
os notebooks, palmtops, netbooks, PDA e ultrabooks. Pode-se avaliar aqui outras curvas como
tamanho, capacidade, velocidade e etc... porém a curva de evolução do
computador seria assim, logo se fosse investir seria nessa posição da curva.
Em
se tratando de tecnologia não pode se esquecer do celular, onde a tecnologia
evoluiu muito nas últimas décadas, então podemos avaliar a curva abaixo:
A
curva acima, adaptei do diagrama abaixo:
Onde
basicamente mostra que a redução de tamanho, peso e aumento das funções do
aparelho criaram a regra de evolução do negócio. Nota-se que a curva começa a
crescer quando a tela se torna colorida, a mensagem animada pode ser enviada,
adição de câmera que tira foto e filma. Dai a curva começa a ficar mais
inclinada a partir do Palm, onde nele já rodada um sistema operacional e sua
estagnação marcada pela criação do Iphone e seu predecessores.
Já
na mineração a evolução da tecnologia, se dá na inserção do uso de equipamento
de grande porte, bastante modernos na época que foram usadas. A partir de 1942
foi iniciada, ainda de forma muito rudimentar a lavra de hematitas roladas nas
encostas do Cauê, da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em Itabira, assistidas
por técnicos americanos impostos pelo Banco Mundial, desde a constituição da
empresa. Mas os melhores exemplos de introdução de lavra em fatias da década de
40 ocorreram na mina de carvão de Siderópolis, em Santa Catarina, a cargo da
Cia Siderúrgica Nacional - CSN - e na mina de Treviso. As minas eram destinadas
a abastecer o Lavador de Capivari em Tubarão, para a produção de carvão
metalúrgico e para alimentar os modernos fornos da CSN. Na mina de Siderópolis,
seguindo um projeto americano, foi implantada a Dragline Marion (skid mounted)
de 32jc que foi por muito tempo a máquina de maior porte operando em minas
brasileiras. Quase ao mesmo tempo foi absorvida pela CSN, via desapropriação, a
mina de Casa de Pedra, em Congonhas, que havia sido implantada por mineradores
escandinavos. Ela foi modernizada em seguida, produzindo minério bitolado e
lump para os fornos Siemens Martins daquela Siderúrgica. Na década de 1950, foi
implantada pela ICOMI, associada à Betlehem Steel, a mina de manganês, no
Amapá, e iniciada também a nova fase de modernização das minas de Itabira, já
com técnicos brasileiros e americanos, tendo-se introduzido a perfuração com
Churn Drills de 9”,desmonte com ANFO, Escavadeiras Bucyrus Elétricas de 2 1/2jc
e caminhões fora de estrada de 22, 27 e 34t. A partir daí, a CVRD continuou
sendo pioneira nas décadas de 1960 e seguintes introduzindo, a partir de 1963,
a perfuração down the hole de 6 ¾” e rotativas de 9 7/8”. Em 1968, foi testada
a utilização de lamas explosivas mas optou-se, posteriormente, pelo ANFO, por
ter velocidade de detonação mais compatível com as rochas. Foram incorporadas
as escavadeiras elétricas de 6 e 9jc e caminhões fora de estrada de 45, 65 e
caminhões diesel elétricos de 100 e 120t, cujo desenvolvimento era recente na
América do Norte. A CVRD, com seu corpo técnico brasileiro, foi pioneira também
na aplicação de planejamento informatizado, controle de qualidade na lavra, com
aplicação de geoestatística, mecânica de rochas aplicadas à estabilidade de
taludes, deposição controlada de rejeitos, rebaixamento de lençol freático em
minas, transporte de minério e estéril por correias em ambos os sentidos e
aproveitamento de minérios de baixo teor.
Neste
retrospecto apresentado, pode-se verificar que as novas tecnologias de
mineração no Brasil quase sempre foram trazidas por empresas que tinham suas
bases no exterior, através de consultorias externas para a maioria delas. Logo
podemos inferir a seguinte curva:
Onde
acima vemos que a curva começa a aumentar nas décadas de 60 e 70, pelos estudos
criados nas instituições de ensino bem como adição de equipamentos mais
modernos já montados no Brasil e também da descoberta de Carajás no Pará onde
alavancou diversos investimentos e criaram-se novas tecnologias. Já na década
de 80 nas instituições de ensino, já com uso do computador foram criados
modelos geoestatisticos, mecânica das rochas, estabilidades de taludes, cavas
subterrâneas e etc.. Na década de 90 chegaram os softwares de mineração e
sistemas de gerenciamento de frota. Atualmente vejo que o marco de tecnologia
na mineração está na inserção de aplicativos para mineração e softwares de
mineração.
Como
estamos no momento da evolução da tecnologia, vamos falar agora propriamente do
sistema de gerenciamento de frota.
Mas
como funciona uma mina sem o sistema?
Conforme
a imagem acima mostra, temos a figura de um responsável na mina onde sua
comunicação via rádio com os equipamentos da mina faz a gestão destes ativos,
ou seja, dos equipamentos de transporte, carregamento e de infraestrutura
seguindo o plano de lavra e suas premissas( já falei desse assunto no artigo http://sobrinhopicui.blogspot.com.br/2016/07/etapas-do-planejamento-de-lavra-por.html).
O responsável pela mina junto com sua equipe
calcula sua produção diária a partir do ciclo de produção, conforme mostra o
diagrama abaixo:
Estas
informações do ciclo são adicionadas pelo operador do equipamento de transporte
e do operador do equipamento de carregamento, no diário de bordo do
equipamento, em algumas minas chamado de parte diária, diário do equipamento e
etc... um exemplo está abaixo:
Já
uma mina com o sistema funciona da seguinte forma:
A
partir de uma sala de comando informatizada (A), os equipamentos se comunicam
através de uma rede interna, ao qual a comunicação na sua grande maioria é
feita via antena (B). As ações do ciclo são enviadas para um banco de dados
(C), e são acessados pelos usuários do sistema (D).
O
responsável pela mina tem mais autonomia no dimensionamento e melhor gestão dos
ativos.
Nos
equipamentos existe uma saída gráfica para os dados do ciclo: não ir mais para
uma parte diária e sim para um banco de dados, estas saídas podem ser um
equipamento especifico criado para tal, um tablet ou celular.
Na
sala de controle, a pessoa que ajuda o responsável da mina na gestão dos
equipamentos é chamada de despachante, pois ele irá despachar, por assim dizer,
para qual equipamento de carregamento irão os equipamentos de transporte, tendo
acesso a todos os dados que são gerados durante o ciclo.
Com
estes dados são criados gráficos e relatórios, tendo em vista sempre a melhor
gestão dos ativos da mineração.
Este
tipo de sistema foi inicialmente inserido em minas de grande porte ao redor do
mundo, com a evolução da tecnologia já citadas acima como o computador e
celular, existem minas de médio e pequeno porte já utilizando esse sistema.
Pode encontrar na internet diversos estudos de caso que demonstram ganho com a
utilização dos sistemas de despacho, onde os principais ganhos são o aumento da
utilização e disponibilidade dos equipamentos (aliás, também já falei desse
assunto aqui no blog segue o link: http://sobrinhopicui.blogspot.com.br/2016/08/indicadores-chave-de-desempenho-por.html).
Espero
que tenham gostado desse artigo
Pois
bem pessoal, espero que tenham gostado desse artigo e que ele faça vocês
entenderem o quão é importante a tecnologia na mineração e fico à disposição
para tirar qualquer dúvida sobre o assunto pois sou especialista em tecnologia
na mineração e gosto de ficar sempre atualizado, daí passando meu conhecimento
tenho certeza que aprendo mais e isso me dá um prazer enorme.
Jony
Peterson De Oliveira Lima
jony_lima@yahoo.com.br
“Tente
uma, duas, três vezes e se possível tente a quarta
a quinta
e quantas vezes for necessário. Só não desista
nas
primeiras tentativas, a persistência é amiga da conquista.
Se
você quer chegar onde a maioria não chega,
faça
aqui o que a maioria não faz”
(Bill Gates)
https://www.finep.gov.br/images/a-finep/fontes-de-orcamento/fundos-setoriais/ct-mineral/a-mineracao-no-brasil.pdf
Revista
Época, 12 de dezembro de 2011, coluna PrimeiroPlano
Ótima abordagem para o meu curso gestão de projetos SP, muito bom, parabéns pelo do blog, me ajudou muito, meus parabéns!
ResponderExcluir